domingo, 21 de junho de 2015

Moreira critica “desinvestimento” e confirma reforço da Polícia Municipal (Porto)

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, criticou esta terça-feira o “desinvestimento” do Governo na segurança e confirmou que a autarquia estava “à espera” de 45 agentes prometidos pela tutela para a Polícia Municipal (PM) do concelho. A notícia havia sido avançada pelo vereador com o pelouro da Fiscalização e Protecção Civil em entrevista ao P24 (edição impressa de 22 de maio).

“Há um profundo desinvestimento na segurança. Isso criou um clima de impunidade. Depois surge uma informalidade que não é possível combater”, afirmou o autarca na reunião pública do executivo, depois de um morador das Fontainhas defender que os incómodos causados pela feira da Vandoma aos residentes se resolviam fazendo cumprir os regulamentos em vigor, sem necessidade de mudar o evento de local.

“Estamos à espera de 45 agentes”, frisou Moreira, para depois o seu adjunto explicar aos jornalistas que o número indicado pelo autarca corresponde “ao que o Governo indicou à Câmara, por escrito, que ia fazer ainda este ano”.

“A PSP não tem recursos humanos ou materiais para fazer face a tudo o que lhes é exigido. É o que nos dizem do Comando Metropolitano. Por isso fomos a Lisboa, a reuniões com o MAI”, observou Rui Moreira durante a sessão camarária.

O autarca lembrou ainda estar pendente outra questão, que se arrasta do anterior executivo, da “transferência das competências no âmbito do trânsito da PSP para a PM”.

“Se conseguíssemos isso a PSP teria mais meios. Infelizmente, até à data, não conseguimos. Não há, no país, um número suficiente de agentes”, acrescentou.

Moreira respondia ao munícipe Luís Filipe, morador da Vandoma, depois de este argumentar que transferir a feira de local “é inventar uma coisa que não é necessária”.

“Bastava manter o que lá está, cumprindo as limitações actuais previstas no regulamento e os horários de cargas e descargas”, sustentou o morador.

Lamentando o falta de investimento na segurança, o autarca alertou não ser possível combater a “impunidade” e “informalidade” instaladas “com os recursos do município”.

“E também não é por falta de reuniões com a PSP e com a PM que isto não se resolve”, frisou.

“A própria ASAE [Autoridade de Segurança Alimentar e Económica] queixa de, neste momento não ter recursos. Não é uma insensibilidade da Câmara pensar em mudar a feira da Vandoma para um sítio menos residencial”, justificou Moreira.

Pedro Carvalho, da CDU, observou que “não é a mudança de localização da feira que vai mudar seja o que for”, destacando que o morador “não é contra a feira mas contra o caos e desrespeito que se instalou”.

“Tem de haver uma actuação concreta no espaço da Vandoma para permitir mantê-la nas Fontainhas e retornar ao espírito inicial, de venda de artigos usados, de feira da ladra”, afirmou o vereador comunista.

A CDU do Porto defendeu a 03 de Junho um debate alargado para resolver os problemas que afectam a realização da feira da Vandoma nas Fontainhas, de modo a preservar o seu “espírito inicial” e a mantê-la no centro histórico.

Para a CDU, o que está em causa na proposta da maioria camarária de alterar a localização da ‘Vandoma’ é “afastar a feira da área de influência de António Fonseca”, o presidente da junta de freguesia do Centro Histórico eleito nas listas de Rui Moreira, que perdeu a 24 de março a confiança político independente “Porto, Nosso Partido”.

“Esta guerra interna entre eleitos das listas Rui Moreira/CDS está evidentemente a condicionar a necessária avaliação técnica da situação e o empenhamento numa solução que salvaguarde devidamente esta feira típica do Porto”, criticou a CDU em comunicado.

Para os comunistas, é “urgente realizar um debate, quer nos órgãos autárquicos, quer envolvendo as populações e os comerciantes, no sentido de avaliar as medidas corretivas para os problemas que persistem na feira da Vandoma, preservando as suas características históricas”.

As considerações surgiram a propósito da discussão pública em curso sobre a “proposta de deslocalização da Feira da Vandoma para a Alameda de Cartes, em Campanhã”.

Publicado no jornal Porto24

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