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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Provedora dos animais não dura dois meses em Lisboa: “Não é só o tijolo que tem de mudar”

Marta Rebelo, que tinha por funções fazer recomendações, receber e tratar as queixas sobre a Casa dos Animais, criticou ainda o funcionamento “insustentável, disfuncional e auto-proclamatório de nadas” da autarquia, no que concerne ao canil/gatil municipal, e lamentou o “paternalismo demonstrado pela direção” da Casa dos Animais, a qual se tem mostrado “completamente ausente”.

São vários os exemplos citados do funcionamento “disfuncional” do canil/gatil municipal. Alguns têm nomes, como o Corujinha, um cão que contraiu uma doença no canil, “provavelmente uma parvovirose”, e que teria morrido há mais de um mês sem a intervenção da Polícia Municipal e de “um dado encarregado da Casa dos Animais”.

Outros são gatos: “não confio nas condições da ala do gatil”. Como exemplo, citou os quatro gatos que foram adoptados quando tinham uma doença que não fora detetada no gatil: contagiaram os 13 animais das famílias com que foram viver e morreram os 17. “Mas afinal, terá sido só panleucopenia”, denunciou Marta Rebelo.

“Análises de sangue é coisa que não vi ali sucederem. Nunca”, garantiu, salientando que as salas de quarentena são feitas de “fumos de palco” e as bactérias e vírus “se espalham gatil afora, e outras canil adentro”.

A demissão foi apresentada no sábado, mas só na terça-feira é que a jurista, que passou pelas Assembleias da República e Municipal de Lisboa (sempre pelo PS), publicou a carta no Facebook, como agradecimento às “pessoas dedicadas, amantes dos animais, que ali se encontram desamparadas na fama formada sem proveito de serem reais bestas”.

Publicado no jornal Canal PT