segunda-feira, 16 de junho de 2014

Câmara equaciona futuro da Polícia Municipal de Viseu

Dezena e meia de agentes do corpo de Polícia Municipal de Viseu continuam, desde o início do ano, sem uma voz de comando. Nada que preocupe o vice-presidente da Câmara de Viseu, Joaquim Seixas, que recusa qualquer relação entre este impasse e o salário a pagar ao titular que venha a ser escolhido para o cargo. O autarca anuncia que a situação será resolvida após a reavaliação em curso ao conjunto dos serviços camarários.

“Estamos a reavaliar o papel da Polícia Municipal. Importa definir, com precisão, qual deve ser a sua orientação e consequentes competências e atribuições mais importantes. Se deve ser o trânsito ou, essencialmente, a fiscalização municipal. Tudo isto está a ser revisto no âmbito de uma análise que estamos a fazer à própria estrutura dos serviços da Câmara”, confirma Joaquim Seixas.

Instado a pronunciar-se sobre se se justifica, ou não, a existência da Polícia Municipal de Viseu, face até à falta de comandante, Joaquim Seixas afirmou ao VR: “Eu penso que se justifica, mas está tudo em aberto. Neste momento não há qualquer drama pela ausência de comandante. A PM está a funcionar muito bem e, eu próprio, tenho estado a assumir de alguma maneira esse papel juntamente com elementos da corporação. Temos ali pessoas com dez anos de experiência e não há problemas em termos de funcionamento”.

A dança de potenciais candidatos a ocupar o lugar deixado vago por Horácio Carvalho à frente da PMV começou em Junho de 2013, quando o anterior executivo, liderado por Fernando Ruas, iniciou o processo de designação de Almeida Campos, antigo segundo comandante da PSP de Viseu. O processo parou aí. O lugar foi entretanto ocupado, até Janeiro deste ano, por uma graduada da PSP que, entretanto rumou a Lamego. Há neste momento um outro graduado, desta mesma polícia, apontado para o lugar.

O VR apurou que na origem da demora na designação do comandante da PMV possa estar, entre outras razões, um salário pouco “apelativo”. “Ao contrário do que sucede noutras polícias, a de Viseu não está enquadrada como departamento municipal, o que a acontecer faria com que o titular do cargo fosse remunerado como director de departamento”, admitiu Pedro Oliveira, presidente do Sindicato Nacional das Polícias Municipais.

O dirigente destaca “a abertura que tem existido da parte da Câmara de Viseu para resolver todos os problemas inerentes à PMV”. Reconhece, no entanto, que a falta de comandante tem efeitos que podem não ser positivos. “Há um aspecto que tem a ver com a questão psicológica dos agentes. Com comandante há sempre outro rigor e outra disciplina, impedindo que fiquem entregues a si próprios”, afirma Pedro Oliveira. O sindicalista garante, contudo “que os agentes de Viseu são dos mais dedicados que conhece a nível nacional”.

A propósito, e embora tenha desdramatizado a situação, o vice presidente da Câmara de Viseu admitiu que a autarquia não tem estado alheada do problema. A par da reavaliação dos serviços, tem havido contactos para o preenchimento do cargo de comandante da PMV. Inclusive com a tutela. “Tem havido alguns contactos nesse sentido. Está tudo em aberto. Esse assunto está também em cima da mesa.

Publicado no jornal Via Rápida

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